Carol/Ana - Capitulo 5

Na manhã seguinte Ana acordou sorridente, colocou o CD que havia roubado da casa de Bruna e foi tomar seu banho. A música a trazia felicidade, mas a felicidade fora interrompida pelo som da campainha. Trocou de roupa bem rápido e desceu para ver quem era. Chegando à sala encontrou seu tio Jackson conversando com uma policial de cabelos cacheados. A bela policial se apresentou como Claudia, e disse que precisava falar com Carol sobre os últimos acontecimentos.

- Falar comigo? - Perguntou a moça aparecendo por detrás da parede que espiava.
- Sim. Acho que você não chegou a saber ainda, mas tivemos outro assassinato. Encontramos os corpos de seu amigo Eduardo e de seus pais hoje pela manhã.
- O Edu? Ele está morto? – fazia cara de surpresa.
- Infelizmente sim, por isso gostaríamos de lhe fazer algumas perguntas.
- Para mim? Por quê?
- Dois de seus amigos morreram. Você tem alguma suspeita de quem possa ter feito isso? Você e seu grupo fizeram alguma coisa para alguém? Qualquer informação é importante para nos ajudar a prendermos esse assassino.
- Não. Eu não faço ideia de ninguém que quisesse fazer mal para nenhum dos dois.
- Mas você viu o Eduardo ontem não foi?
- Não, eu não o vi.
- Tem certeza?
- Tenho, o Edu foi para o enterro da Bruna e eu não cheguei a ir.
- Está bem, mas se tiver alguma informação, por favor, entre em contato comigo.
- Pode deixar. E desculpe não poder ajudar mais.
- Não tem problema. E tome cuidado, evite abrir a porta para estranhos ou ficar até tarde na rua.
- Está certo.
Claudia saiu da casa de Carol quase sem informação. Todos com quem ela havia conversado naquela manhã não sabiam de nada. Faltavam entrevistar mais três. E ela tinha esperança de ter alguma pista dos demais. Infelizmente faltava muito pouco para ela descobrir toda a verdade.


***



Mara, juntamente com mais outra dezena de repórteres lotaram a frente da casa de Eduardo para dar a noticia de dois jovens assassinados na mesma semana. A mídia já falava em um assassino em série solto matando estudantes. De dentro da casa do ultima vitima saia o delegado responsável pelo caso e Mara fez sinal para que o câmera man a seguisse em direção a ele.

- Boa tarde senhor, o senhor poderia.
- Sem entrevistas. Sem entrevistas - interrompeu Kennedy antes que a reporter pudesse terminar sua pergunta.
- Mas senhor saberia poderia apenas nos informar se a policia já possui algum suspeito para o caso?
- Temos um assassinato aqui e estamos fazendo o máximo para fazermos nosso trabalho. Agora vocês poderiam nos dar licença?
- Desculpe-nos senhor - disse enquanto via o delegado se afastar, deixando-a sozinha em frente a câmera para encerrar a reportagem.


***



A tarde, duas horas após almoçar, Ana resolveu ir atrás de sua terceira vítima, Daniela. Daniela sempre foi a menos próxima de Carol, todos acreditavam que era devido à paixão que Heberto, namorado de Carol, sentia por ela. Daniela era considerada a mais bonita entre as meninas de seu colégio, estava sempre mudando o visual, recentemente colocando um piercing na parte inferior da boca e fazendo mechas azuis em seu cabelo. A moça estava sozinha em casa, assistindo televisão em seu quarto, quando Ana bateu em sua porta.

- Carol, o que você faz aqui?
- Eu posso entrar? A morte da Bruna e agora do Edu, eu estou um pouco com medo.
- Pois é. Eu também estou. Entre, espere um pouco enquanto eu vou lá em cima desligar a tv.
Ana tirou as luvas do bolso, vestindo-as em suas mãos. Dani desceu as escadas minutos depois e não encontrou Carol.
- Carol? Cadê você?
- Aqui na cozinha querida.
Daniela foi até a cozinha, mas ao entrar se deparou com uma panela de pressão no seu rosto, que a fez cair de costas.
- Puta merda Carol, o que você está fazendo?
A panela de pressão desceu mais uma vez ao encontro de seu rosto com uma velocidade que a fez ficar inconsciente.
Ao acordar Dani se viu amarrada em uma velha cadeira que a mãe estava para mandar pro conserto. Ana estava na sua frente.
- Acordou querida?
- Carol, o que você está fazendo? - Sentia sua cabeça doer por conta da pancada, e nem tinha certeza se sua pergunta havia saído mesmo. Vai recobrando a consciência aos poucos enquanto repara em Carol sentando em cima dela.
- Daniela, sempre a mais desejada. Até o Heberto gostava mais de você do que da Carol.
- Do que você está falando? O Heberto te ama Carol. 
- Ele só ficou com a Carol por que você o dispensou.
Ana da um beijo em Dani, e com os dentes segura forte o piercing dela e o puxa. Dani grita com a dor, seu queixo começa a sangrar.
- Eu até aceitaria fazer um ménage com vocês. Pena que vocês irão morrer.
O telefone da casa de Dani começa a tocar.
- Odeio ser atrapalhada. Espere um pouco querida - Fala enquanto vai se levantando e se afasta para o outro cômodo em direção ao irritante barulho do telefone.
Dani tenta de todas as formas livrar-se daquelas apertadas cordas. Tenta desistir, mas tem a ideia de jogar seu corpo para trás.
Ana estava cortando o fio do telefone quando escutou o barulho vindo da cozinha. Correu para lá. A cadeira estava quebrada no chão junto a corda, mas sua vítima não estava mais lá. A porta da cozinha permanecia fechada, viu então o conjunto de escadas entre a cozinha e a sala, Dani só poderia ter subido-as. Ana não perde tempo, sobe as escadas correndo, mas ao chegar no topo é surpreendida com Dani aparecendo de vez na sua frente segurando uma enorme bíblia. Ao ser surpreendida por Dani, Ana pára sem reação, quando pensa em fazer alguma coisa, Dani é mais rápida e transforma a bíblia em uma arma, acertando Ana, que rola escada abaixo. Dani desce correndo passando pelo corpo zonzo da amiga no chão, vai até a porta principal e a abre correndo e gritando em direção a rua. Ana ainda demora um pouco para se levantar. Quando saiu da casa não tinha mais sinal de Dani. Precisava matar alguém naquela tarde, e decidiu que iria para a casa mais próxima da de Dani. E assim foi.

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