Véspera de Natal

A lojinha já estava fechando quando Inácio entrou quase derrubando a porta e se aproximando da vendedora.
_Boa noite, eu gostaria de um presente para minha esposa.
_Você tem algo em mente?
_Alguma jóia. Colar, pulseiras.
_Chegou uns novos modelos de anéis hoje, o senhor gostaria de dar uma olhada?
_Gostaria sim.
A vendedora mostrou-lhe anéis de todas as formas e tamanhos.
Inácio pegou um de ouro com uma pedra de diamante por cima, pagou em dinheiro vivo e saio deixando a vendedora sorridente pela melhor venda daquela noite.
Ligou seu carro e partiu para o local de desejo, chegando lá abriu a mala do carro e de dentro dela tirou uma pá. Foi entrar, mas percebeu que o portão estava trancado. Pulou o muro. Procurou o local onde a esposa estava enterrada e começou a cavar. Depois de um pouco mais de uma hora, ele já estava dentro do buraco e abriu a tampa do caixão.
O cheiro de podridão encheu suas narinas, ele não se importou. Deu um longo beijo na gélida face em decomposição de sua esposa e colocou o anel que acabara de comprar no dedo dela. Coube certinho.
_Feliz Natal _Disse ele enquanto a abraçava e se preparava para passar a noite com ela.

Fim...