Véspera de Natal

A lojinha já estava fechando quando Inácio entrou quase derrubando a porta e se aproximando da vendedora.
_Boa noite, eu gostaria de um presente para minha esposa.
_Você tem algo em mente?
_Alguma jóia. Colar, pulseiras.
_Chegou uns novos modelos de anéis hoje, o senhor gostaria de dar uma olhada?
_Gostaria sim.
A vendedora mostrou-lhe anéis de todas as formas e tamanhos.
Inácio pegou um de ouro com uma pedra de diamante por cima, pagou em dinheiro vivo e saio deixando a vendedora sorridente pela melhor venda daquela noite.
Ligou seu carro e partiu para o local de desejo, chegando lá abriu a mala do carro e de dentro dela tirou uma pá. Foi entrar, mas percebeu que o portão estava trancado. Pulou o muro. Procurou o local onde a esposa estava enterrada e começou a cavar. Depois de um pouco mais de uma hora, ele já estava dentro do buraco e abriu a tampa do caixão.
O cheiro de podridão encheu suas narinas, ele não se importou. Deu um longo beijo na gélida face em decomposição de sua esposa e colocou o anel que acabara de comprar no dedo dela. Coube certinho.
_Feliz Natal _Disse ele enquanto a abraçava e se preparava para passar a noite com ela.

Fim...

Beije-me


- E então, a princesa beijou o sapo, e ele se tornou um lindo príncipe.

O livro foi fechado, a criança agora dormia. A mãe deu-lhe um beijo na testa, apagou o abajur e saiu. Do lado de fora, sobre o frio do vidro da janela estava a rã, com lágrimas nos olhos. “E se eu também for uma princesa?” pensou!
Pulou pra lá, pulou pra cá, achou a janela da casa aberta, entrou! Avistou o homem, sobre a pia, fazendo a barba. “Beije-me” pensou a rã.
- Droga! – Gritou o homem, enquanto corria para pegar a toalha e limpar o sangue que descia pelo seu pescoço, pressionou forte a toalha no corte. Voltou para a pia, na sua frente, pregada no espelho a rã a esperava.
“Beije-me”
Ele não a viu, a rã então deu seu pulo sobre o rosto do homem, pregou-se nos seus lábios.
“Beije-me”
O homem assustou-se, gritou, levou as duas mãos ao rosto derrubando a rã no chão.
“Porque você não quer me beijar?” Pensou da rã antes do pé desnudo do homem esmagá-la sobre o azulejo do banheiro!
“Eu só queria ser uma princesa”

FIM

Victória e Bernadete

Bernadete era o nome artístico de um homem, um empresário bastante conhecido que durante a noite gostava de vestir-se como uma mulher e cantar em um bar da cidade, um transformista de primeira. Sempre que acabava um show, pegava uma das prostitutas que trabalhavam perto do estabelecimento e entregava-se ao prazer. Uma noite a prostituta escolhida foi Victória, um travesti, com traços extremamente femininos, conseguia ser mais atraente que qualquer mulher comum. E Victória fora cliente de Bernadete por uma, duas, três noites, até perder a conta. Victória aprendeu a gostar da figura feminina, enquanto Bernadete aprendeu a saborear o que tinha entre as pernas.

O amargo sabor da morte


A vítima foi pega por uma das mãos e jogada em cima da mesa, tinha presenciado toda a sua família ser brutalmente assassinada e sabia que com ela não seria diferente. Desejou que o tempo tivesse passado mais depressa para ela, e que ela morresse de podridão, porem aproveitado sua vida até o fim.
Sentiu a faca se aproximar do seu corpo, despi-la completamente, tirando sua roupa, sua pele. Sentiu vergonha de se ver nua pela primeira vez. A mão a apertou com força, pressionou a faca no meio do seu corpo e a partiu, dividiu-a em duas, duplicaria sua dor. A vítima derramou amargas gotas de suas lágrimas sobre a mesa.
A primeira parte dela foi levada para a máquina e sua dor foi presenciada pela segunda parte, impossibilitada de fugir. Logo, chegou a vez da segunda parte conhecer a fúria da máquina, sentiu seu meio corpo sendo pressionado, espremido até a última gota do amargo suco que corria nas suas veias ser derramado.
Sem nenhum suspiro a mais, a laranja foi lançada contra o cesto de lixo, morta, junta das demais, um bagaço.

FIM!!!

A Última Gota


Maísa mal acreditou quando o embrulho chegou. Comprara aquilo pela internet há umas duas semanas atrás para trazer de volta seu apetite sexual. Abriu a embalagem, instalou o produto. Sim, o chuveiro estava pronto para ser usado, restava saber se ele fazia tudo aquilo que prometia.
Tirou rapidamente a roupa e ligou o chuveiro novo. Um som sussurrantemente grotesco foi ouvido antes da primeira gota de água cair. Até então a água estava normal. “Que merda” pensou a solteira de 45 anos. Levantou a mão para desligar o chuveiro quando o estado da água mudou completamente. Estava quente demais a ponto de queimar a pele dela, fria demais para congelar seu coração, forte demais para perfurar-lhe a alma. Da sua boca só se ouviu gemidos, dos seus olhos caiam lágrimas, da sua perna descia o sangue. Voltara a ser virgem? Quem sabe? Tomada pelo impulso, ela rapidamente desligou o chuveiro. A última gota tocou-lhe a testa e escorreu por todo o corpo, trazendo uma sensação diferente em cada parte por onde passava. Maísa começou a ri loucamente. Um novo vício havia sido criado.

Fim!!!!

Heloísa



Quando nova, Heloísa era uma menina bastante sonhadora. Sonhava com seu futuro, se iria se casar, ter filhos. Aos 20 anos procurou uma cartomante para saber sobre seu futuro. Tirando as cartas para Heloísa a cartomante disse que apenas viu no futuro de Heloísa que ela morreria atropelada. Heloísa abalada com aquela revelação prometeu para sí mesma que aquela profecia nunca se realizaria. Aos poucos Heloísa foi deixando de sair de casa, deixando de viver sua vida, deixando de conhecer pessoas. Chegou aos 50 anos de idade e vivia só em uma casa, nem nunca sair dela. A casa não tinha luz por que Heloísa nunca saiu para pagar as contas. Um dia, sentada em seu terraço, Heloísa lia uma revista velha que já lera mais de quinhentas vezes e nem viu quando o cachorro de sua vizinha se soltou e saiu correndo pelo meio da rua. A filha da vizinha de 7 anos saiu correndo atrás sem prestar atenção no caminhão que acabara de entrar na rua. O caminhoneiro tentou desviar da garota colocando o caminhão de lado que foi com tudo para cima da casa de Heloísa. Naquela tarde Heloísa morreu. Atropelada. Esmagada. Sozinha.

Fim

Download

Aquele arquivo parecia muito importante, tentaria baixá-lo, mesmo com sua internet lenta!!
Iniciar download... tempo restanto... o resto da sua vida!!!
O que era aquilo?!

Deixou o computador ligado, baixando o arquivo, saiu com os amigos, se divertiu, conheceu alguém, casou, teve um filho, viajou pelo mundo, ganhou muito dinheiro, veio o segundo filho!!!

 Voltou para frente do computador, o download estava no fim... 1%... esperou!!!


A angustia tinha terminado, abriu o arquivo, e deu seu ultimo suspiro!!!

A Professora

Ao entardecer daquele dia as provas haviam sido feitas e agora sobre a forte luz do luar lá estava ela, a professora, corrigindo todas elas. As notas tinham sido as mais baixas possíveis: 0.5, 2.0, 4.0, vez por outra aparecia uma 7.0. As notas azuis eram separadas das demais, não eram muitas, cerca de cinco ou menos. Terminou de corrigir todas as provas antes que o relógio pudesse anunciar um novo dia. Jogou as provas de notas vermelhas no chão de sua sala, bebeu uma taça de vinho e despiu-se. Deitou sobre as provas, as mãos doloridas de tanto corrigir provas tocou-lhe cada parte do seu corpo, do rosto foi descendo e acariciando os seios fartos, a barriga seca e descendo um pouco mais para atingir o local desejado. Era jovem, bonita, mas continuava solteira, haveria algum tipo de homem aceitaria um fetiche tão estranho quanto o dela de reprovar os alunos. Começou a passar os olhos pela vermelhidão das notas. Perdeu-se em seu mundo, em sua loucura. E ficou deitava ali a noite toda, sentindo prazer.

FIM

Meu amor

Você é meu!!!

Meu!!!
Só meu!!!
Apenas meu!!!
De quem você é?!
Por que você não me responde?!
Ah, é!
Tem razão!!
Você não pode!!
Eu te matei!!
Por que você não queria ser meu!!!
Mas agora, seu corpo é meu!!
MEU!!!

Tijolo, tijolo


Tijolo, tijolo.
Ele construía uma casa para ela.
Tijolo, tijolo.
Sentada, ela olhava ele trabalhar.
Tijolo, tijolo.
Estavam em um campo, afastados de toda população.
Tijolo, tijolo.
Ele sorria, ela chorava.
Tijolo, tijolo.
As cordas que a prendiam estavam muito apertadas.
Tijolo, tijolo.
Ele prometeu que os dois ficariam juntos para sempre.
Tijolo, tijolo.
Os pés dela endureceram junto com o cimento.
Tijolo, tijolo.
“Por favor, não!”
Tijolo, tijolo.
“Não podemos nos separar.”
E então, o último tijolo foi posto na casa.
Ambos ficaram presos na escuridão da casa.
Ela gritou, do lado de fora, ninguém a ouviria.


Fim!!!

Reflexo

Tudo aconteceu enquanto dona Tereza esperava um ônibus na rodoviária. Era noite e ela tinha que estar na outra cidade logo cedo para fazer um concurso. A rodoviária estava com umas 13 pessoas em média. Dona Tereza, chamada de dona por já passar dos 40, foi até o banheiro, não era um dos mais limpos, mas dava perfeitamente para ser usado. Ela usou o sanitário, lavou a mão e se preparou para sair quando algo bloqueou sua passagem. Não tinha nada ali, mas ela não estava conseguindo passar, andou uns dois passos para trás até ser bloqueada novamente. Abriu a boca para gritar por socorro quando uma forte pressão impediu que o som saísse, como se alguém tivesse colocado a mão sobre sua boca. Sentiu seu vestido aos poucos sendo levantado e uma forte dor na sua vagina há muito tempo não usada a fez derramar algumas lágrimas. Virou o rosto um pouco para o lado e viu pelo espelho do banheiro seu reflexo sendo segurada por três homens, todos de preto e com chapéu na cabeça impedindo de ver seus respectivos rostos. Depois do estupro a pressão sobre seu corpo sumiu a fazendo cair no chão. Levantou-se rapidamente e correu para pedir ajuda. Todos que estavam na rodoviária entraram no banheiro na tentativa de pegarem os bastardos que haviam se aproveitado da pobre senhora, mas não tinha ninguém lá. Em prantos Dona Tereza contou com tudo aconteceu. Ninguém sabe se história foi mesmo verdade ou não, só se sabem que depois disso dona Tereza ficara completamente louca. E enquanto ao tal banheiro, ninguém nunca mais o usou novamente.

FIM

Sexy Vampire


O sol nunca poderia ser visto, passava o dia trancando em seu porão, onde nenhum raio solar se atreveria a entrar. Quando seu inimigo finalmente partia, deixando o céu aos braços da escuridão, é que ele podia realmente deixar seu lar e partir para o trabalho.
Era DJ, tocava nas casas de show até perto do amanhecer. Suas melodias sempre tristes sonetos eletrônicos baseados em todas as vitimas que ele levava para casa. Suas apresentações bombavam em cada lugar que se apresentava.
Não era difícil de se apaixonar por ele, belo corpo, rosto sempre jovem, sorriso sedutor. Sempre ia para casa com alguém, uma vítima de seu charme. Fosse homem ou mulher, a vítima sempre iria embora no dia seguinte, com o coração partido, sem direito sequer de ser acompanhado até a porta.
Ficava o resto do dia compondo melodias, refletindo sobre sua doença, que o impedia de ver o sol e que o fazia viver ali eternamente, como um vampiro. 

FIM