Beije-me


- E então, a princesa beijou o sapo, e ele se tornou um lindo príncipe.

O livro foi fechado, a criança agora dormia. A mãe deu-lhe um beijo na testa, apagou o abajur e saiu. Do lado de fora, sobre o frio do vidro da janela estava a rã, com lágrimas nos olhos. “E se eu também for uma princesa?” pensou!
Pulou pra lá, pulou pra cá, achou a janela da casa aberta, entrou! Avistou o homem, sobre a pia, fazendo a barba. “Beije-me” pensou a rã.
- Droga! – Gritou o homem, enquanto corria para pegar a toalha e limpar o sangue que descia pelo seu pescoço, pressionou forte a toalha no corte. Voltou para a pia, na sua frente, pregada no espelho a rã a esperava.
“Beije-me”
Ele não a viu, a rã então deu seu pulo sobre o rosto do homem, pregou-se nos seus lábios.
“Beije-me”
O homem assustou-se, gritou, levou as duas mãos ao rosto derrubando a rã no chão.
“Porque você não quer me beijar?” Pensou da rã antes do pé desnudo do homem esmagá-la sobre o azulejo do banheiro!
“Eu só queria ser uma princesa”

FIM

3 comentários:

Namelessbr disse...

Palavras interessantes denotando a vontade de ser mais do que se é, existente no intimo do ser humano

Vanessa Dias disse...

è uma visão bem ralista, nos mostra que ás vezes tudo não passa de fantasia e que não dá pra mudar a natureza das coisas.

Anônimo disse...

Interessante!