Carol/Ana - Capítulo 2

Ana, além de controlar do corpo de Carol, tinha também o controle de sua memória, e foi com a ajuda da memória de Carol que Ana fez uma lista com o nome dos melhores amigos de Carol, aqueles que fizeram com que as duas se separassem.
A lista continha o nome dos oito melhores amigos de Carol, e por último o nome do namorado dela: 1 – Bruna; 2 – Eduardo; 3 – Daniela; 4 – Augusto; 5 – Ludimara; 6 – Muriel; 7 – Monique; 8 – Berenice; 9 – Heberto.


Após o termino da lista, Ana resolveu visitar a primeira das amigas de Carol, Bruna. A casa dela ficava um pouco afastada da cidade, era quase um sítio, seu pai criava abelha e vendia mel. Era aproximadamente cinco horas da tarde quando Ana chegou à casa de Bruna, pelo horário a menina ainda estaria sozinha.




Entre todos os amigos de Carol, Bruna era considerada a mais engraçada, seus pais se separaram quando Bruna ainda era nova, sua mãe fugiu com um sargento e ela ficou morando só com seu pai. O pai de Bruna vendia mel no centro da cidade, por isso sempre chegava em casa depois das seis horas da noite.



Quando a campainha tocou, Bruna estava preparando o jantar, como sempre fazia. Deixou a batata cozinhando e foi atender, para sua surpresa era Carol quem estava do outro lado da porta. Ana foi entrando na casa observando todos os objetos que conhecia pela mente de Carol: a TV de plasma no centro da sala; o sofá azul marinho; o taco de beisebol perto da porta do pai que era fã do esporte; um centro com revistas; um espanador e uma luva que estavam sendo usados por Bruna na faxina da casa logo cedo e o som junto com vários CDs.



- Eu to terminando de fazer o jantar. Espera ai Carol, se quiser pode ligar a TV - Falou Bruna indo em direção a cozinha.



- Que luvas são essas?



- Eu estava arrumando a casa, esqueci ai.



Ana entra devagar na cozinha, Bruna está de costas e nem percebe até que Ana fala:



- Essas luvas além de confortáveis impedem que vejam nossas digitais?



- O que? – Perguntou Bruna, virando-se para a voz. O sorriso de Carol foi a última coisa que viu antes de ser atingida pelo taco de beisebol. Caiu no chão da cozinha, desacordada.



Bruna foi recuperando a consciência lentamente, tentou abrir os olhos, mas teve dificuldade pela forte luz que os atingiu, quase a cegando. Quando sua visão foi se acostumando com a luz, percebeu que ela vinha do teto da cozinha. Tentou se levantar quando percebeu que estava amarrada na mesa. Virou sua cabeça para o lado onde viu sua ''amiga'' Carol na sala, olhando para os CDs.



- O que você está fazendo Carol? – Balbuciou.



Ana a olhou e com um sorriso no rosto respondeu da forma mais educada possível:



- Escolhendo um bom CD. Quero um som que quando eu escute, eu possa lembrar desse momento tão especial para nós.



Ana colocou um CD no som e apertou o play. Bruna reconheceu o CD de Mozart do pai, amante de músicas clássicas. Ana levantou-se, deixou a mão direita suspensa no ar, enquanto a esquerda pressionava sua barriga e foi dançando até a cozinha, com um sorriso no rosto, como se estivesse acompanhada por alguém.



- Ah, que música maravilhosa. A Carol nunca escutaria algo nesse nível.



- O que está acontecendo com você Carol?



Ana parou de dançar e a olhou com um simpático sorriso. Bruna estava completamente nua em cima da mesa, seu rosto todo molhado com suas próprias lágrimas. Ana lentamente subiu em cima da mesa ficando de quatro em cima de Bruna, com o rosto quase colado ao dela.



- Você até que é gostosa sabia? Mas eu não ficaria com você. Talvez com a Daniela, ela faz mais meu tipo.



- Você está me assustando muito Carol, você não era assim.



Ana passa as mãos com a luva perto do olho de Bruna, enxugando uma das lágrimas.



- Ah minha linda, não chore. Eu nem comecei a fazer nada ainda.



Ana desce da mesa e vai até o fogão, desliga o fogo e abre a panela. No ar, pode sentir um cheiro de queimado de algumas batatas. Ana pega uma das batatas com um garfo e volta para onde Bruna está amarrada, aperta a bochecha dela até a forçar a abrir a boca e então enfia a batata inteira lá.



Bruna tenta gritar, mas a batata não deixa. De seus olhos saem mais lágrimas. Sente toda sua boca queimando. Começa então a se mexer, tentando desesperadamente se livrar das cordas. Ana começa a dar voltas ao redor da mesa.



- Deixa eu lhe contar uma história engraçada. Era uma vez uma menina que vivia sozinha e então ela me criou para fazer companhia a ela.



Ana levanta o taco de beisebol no ar e depois desce ele com tudo, acertando uma forte tacada na barriga de Bruna.



- Então essa menina que vivia conversando comigo, conheceu você e seus amigos.



Outra tacada. Bruna sente sangue na sua garganta. Ana sempre mantendo um leve sorriso no rosto.



- E então eu fiquei sozinha.



Mais uma tacada. Bruna escuta sua costela quebrar.



- Mas pense pelo lado positivo das coisas. Com você morta, seu pai não irá nem perceber que eu peguei emprestado o CD dele.



Uma chuva de tacadas caem por todo o corpo de Bruna. Ana só para quando vê que ela está morta. A música acaba no mesmo momento. Ana começa a aplaudir.



_Bravo! Bravo!



Vai ao banheiro e toma um banho para tirar os pingos de sangue do seu rosto. Depois tira o CD e vai embora sorridente levando ele, as luvas e a corda. Olhou para a lista que ela criou. O próximo seria o Eduardo, mas ela estava cansada demais naquela noite. Esperaria o dia amanhecer para continuar com o plano.

Nenhum comentário: