Emergi em uma desconhecida escuridão azulada que tomava conta de todos os meus olhos. Tentei me mexer, mas meu corpo se encontrava pesado demais dentro de algum liquido super denso. Sussurros eram ouvidos ao meu redor, tentei chamar alguém, pedir ajuda, pedir que me tirassem dali, mas simplesmente minha voz não saia.
Escutei passos se aproximarem, minha vista estava embaçada demais, talvez alguém tivesse me drogado e me levado aquele lugar, fui começando a enxergar o semblante de um rosto em minha direção.
Fiz um pouco de esforço para falar e minha voz saiu baixa e um pouco metálica, talvez pelo ambiente que eu me encontrava:
_Por... Por favor, não me ma... mate.
Os sussurros ficaram maiores, o corpo se aproximou por inteiro em minha frente, tinha perfeitos traços femininos, minha visão foi começando a se acostumar com aquele lugar.
Vi quando ela pegou meus braços e começou a me puxar daquele liquido, mas eu não sentia nada, meus braços estavam dormentes. Noite passada estava numa festa, numa boate, bebendo horrores, alguém poderia ter colocado algo na minha bebida.
Sai completamente da pequena poça e meu corpo foi ficando cada vez mais leve, minha visão foi clareando, podendo ver o inúmero numero de pessoas a minha volta, todos nus, alguns com sorrisos no rosto, outros assustados. Havia uma grande quantidade de pessoas ali, de crianças a velhos.
A mulher que me tirou do liquido se aproximou, lambeu meu rosto, sua língua era roxa e deixou um tipo de marca no meu gélido rosto, depois se preocupou em responder minha prece:
_Eu não posso lhe matar, você já morreu. Isso aqui é a morte.
Levei dias para me acostumar com aquela bizarra situação. Tudo que eu tinha aprendido tinha sido em vão. Terminaria ali, sem céu, sem inferno, apenas sentado na beira de um mini-rio, esperando um novo corpo aparecer.
FIM!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário