O Bom Velhinho

Sentado na sua velha cadeira de balanço, papai Noel lia as ultimas cartas que recebera das crianças. Dedicava-se todos os anos a dar as crianças um pouco de alegria que nunca tivera na infância graças a sua mãe alcoólatra que morreu cedo e seu pai molestador que acabou na prisão. Contava com quinze ajudantes, jovens entre 16 e 24 anos que foram seqüestradas por uma justa causa. Uma das que ficava encarregada de colocar os presentes no trenó, acidentalmente tropeçou, caindo por cima do que seria uma boneca para uma garota brasileira de seis anos.

“Levante-se” gritou Noel com seu chicote na mão, chicoteando o ar até acertar o corpo da criada. As demais ficaram com medo, sabiam o quão cruel aquele homem poderia ser, mas não demonstraram, estavam acostumadas com aquelas atitudes, voltaram ao trabalho. O velho respirou, encheu um copo com um de seus antigos vinho e tomou para relaxar. Quando o trabalho ficou pronto, reuniu todas as meninas na sala, despiu-as e examinou cada orifício de seus corpos. Fazia aquilo toda noite para evitar o mesmo que acontecera a uma ano atrás quando uma das meninas, escondeu em seus ânus um pedaço pontiagudo de um carrinho para cortar-se depois. Ingratas vadias, que não percebem o quão as crianças precisam daquela noite. Depois as trancou em um quarto, sem camas, apenas restos de comidas jogados no chão para saciar a fome, sem pratos, sem garfos, sem nada que pudesse ser utilizado como arma. “Nunca vamos sair daqui” falou a mais nova. Do lado de fora ouviram o trenó saindo, o ‘hohoho’ do louco e então permaneceram em silêncio até uma delas falar “E se usássemos os dentes?”