Formigas


Samuel vivera por 73 anos e não tinha nada que ele odiasse mais do que formigas. Fazia questão de matar todas que encontra-se pela frente, e matava com vontade, até que uma tarde, um homem, negro, alto e bastante elegante bateu em sua porta.
- Pois não?
- Posso entrar?
- Claro que não, eu não o conheço.
- Temos um assunto em comum,
- Não sei do que você está falando – falou Samuel enquanto fechava a porta.
- Não tão rápido – falou o homem, enquanto segurava a porta, impedindo-a de ser fechada.
- O que você está fazendo?
- Conhecendo-te, meu amigo.
O homem soltou a porta e saltou sobre o pescoço do velho. Agarrou-o com uma das mãos e o imprensou contra a parede. A outra mão foi levada e enfiada na boca do velho. Samuel foi ficando sem ar, meio tonto, mas sua visão ainda embaçada pôde ver o homem de decompondo, seu corpo se transformando em formigas. Várias, que iam entrando pela sua boca. Do homem negro só sobrou as roupas que ficaram abandonadas sem um corpo no chão. Samuel ficou de pé, era capaz de sentir as formigas andando dentro de si, pulsando seu coração, alimentando-se do açúcar de seu sangue, controlando seu cérebro. Aquela sensação era boa. Uma formiga entrou na casa. Samuel a pegou-a, levou a pequenina até sua orelha e escutou o que ela tinha a dizer, depois saiu disposto a dá continuidade a missão. Em breve, a raça humana seria aniquilada.

Fim!!

Festa de Halloween

Era véspera de halloween e uma grande festa a fantasia começava no centro da cidade. O homem fantasiado de zumbi procurava seu par perfeito, a principio ficou na dúvida entre a bruxa e a morte, mas acabou que não escolheu nenhuma das duas. Ficou só com seu copo de vodka quando avistou a demônia.
Aquela era a fantasia mais perfeita de todas, dentro da mulher mais perfeita de todas. A loira semi-nua estava toda pintada de vermelho, na cabeça chifrinhos que pareciam serem mais verdadeiros que o rabo que balançava nas suas costas. O zumbi não perdeu tempo, perguntou se poderia lhe pagar uma bebida, mas a moça respondeu que não bebia, tentando despista-lo. Mas ele era insistente, foi atrás, perguntou o que ele queria para que ela aceitasse ficar com ele.
‘Sua alma’ ela respondeu. Ele riu alto, disse que por ela tudo era válido. Ela se animou, agarrou-lhe, beijou-lhe, mordeu-lhe e enfiou o tridente que trazia na mão em seu tórax. O chão embaixo dele se abriu, um pequeno buraco quente de onde vinha o fogo, ninguém mais na festa parecia ver o buraco, exceto o zumbi que jazia vivo no tridente. Ela o jogou lá dentro e pulou em seguida. O buraco se fechou e ninguém se importou porque não viram nada. A torre do relógio do centro da cidade anunciou que era meia-noite e o halloween tinha chegado.