Eterno


Dois corpos nus deitados no chão. Do lado de fora a chuva. As mãos de um sobre o peitoral do outro. Um deles sentou-se, lavou as mãos com a bacia de água que se encontrava ao lado. Fechou os dedos, assoprou, uma bolha de sabão flutuou sobre os dois.
-Queria ser essa bolha – Falou aquele que continuava deitado.
-Queria? Por quê?
-Viveria por alguns segundos apenas, nasceria e morreria perto de você. Seria quase um romance épico.
-Mas não quero ter você por um breve momento. Nasceu e quero que dure por muito mais tempo.
O que sentara, voltara a deitar-se. Entreolhavam-se, esperando que aquele momento nunca acabasse como a vida da bolha de sabão.

Fim